Colonia, primeira criação de Acqua di Parma, é uma bela fragrância unissex onde as notas cítricas são as grandes estrelas, perfeitamente balanceadas pela Rosa Búlgara e um toque de jasmim. Incrivelmente versátil e contemporânea, apesar de ter sido elaborada em 1916.
Em muitos aspectos, eu poderia afirmar que Colonia passaria perfeitamente pelo "primo rico" do antigo (e ultra barato, em muitos países europeus) 4711, de Muelhens. Apesar de compartilharem as mesmas notas de bergamota, limão, laranja, alecrim e rosa, 4711 é mais acre, enquanto Colonia tem um odor menos agudo, uma aura mais "cremosa", quase sendo o que em inglês classifica-se de
soapy scent (odor de sabonete). Outra diferença é o poder de fixação - Enquanto 4711 literalmente desaparece apos 70 minutos, Colonia permanece por muito mais tempo (4 horas, na minha pele).
Os amadores de 4711, de Eau Dynamisante (de Clarins), Eau d'Hadrien e Eau du Sud (de Goutal), terão grandes probabilidades de se apaixonarem por essa criação de Acqua di Parma.
Colonia fez, e faz, furor entre muitas personalidades antigas e atuais, como Cary Grant, David Niven, Lana Turner, Audrey Hepburn, Isabella Rossellini, Kate Moss, Sandra Bullock, Sharon Stone...
Diz a lenda, que nos tempos de amores (e brigas) intensos, Ava Gardner e Frank Sinatra costumavam compartilhar o uso dessa fragrância. Posso imaginar a indomável Ava atirando frascos de Colonia em direção ao pobre Frank, no quarto de algum hotel de luxo em New York. Posso também visualizar o gerente do dito hotel verificando os estragos, mas constatando que, ao menos, o quarto em questão conservou um odor maravilhoso.